quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Sem nexo


Vou rápido, cansei
Mimimis, sempre fui contra
Não basta exigir coragem de quem não tem
É preciso ter mais coragem pra não pedi-la

Será insônia o mal do século?
Talvez o porquê de tê-la seja
Quero dormir, afasta-te pensamento
Deita aqui, mas fica só no travesseiro

Ócio não me deprime
Enche-me do que fazer, não manualmente
Pego papel e lápis, no máximo
Se for ócio é ócio

Angustia-me escrever sem saber pra quem
Mostra-te anjo ou demônio, quero te ver
Ao menos deixa rastro
Pra que de novo posso te escrever

Fim do mundo, fim do mês
Fim do ano, quem sabe
Embebo-me em sentimentos tolos
Papai Noel é foda

Trilha sonora: apesar de tudo, "Idade do Céu" - Moska

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Poesia da Garota

Use
Me use
Não garoto, ouse
Ouse garoto, use
Ouse para usar

Fala
Fala baixo
Não garoto, sussurra
Sussurra, baixo
Sussurra para usar

Conversa
Conversa besteira
Não garoto, não fala sério
Fala sério besteiras
Fala besteiras para usar

Julga
Não julga
Não garoto, quem é você pra julgar?
Ora, somos iguais
Não julga, garoto, para usar

Toca
A música que eu gosto
Gosta, da minha música
Sim garoto, eu sei que gostas
Gosta, garoto, para usar

Senta
Senta ao meu lado
Garoto, senta aqui !
Não podes estar em lugar melhor
Senta, garoto, para usar

Usou várias vezes
Esperto garoto
Agora garota, vamos?
Pra onde garoto
Usar, usar o amor.

Trilha sonora: "Use Somebody" - Kings of Leon

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Tenho?

Sabe, ando ensaiando discursos, atitudes, trejeitos e tudo mais esperando aquela hora. Tenho pensado na roupa, na cor do batom, na bolsa e se finalmente irei dá um grau nas minhas unhas. Tenho melhorado meu jeito, me tornando flexível e menos estranha. Tenho preparado meu espírito e um espaço na minha bolha para abrigar mais alguém. 

Tenho olhado pra lua fazendo frescuras, imaginando assim a paixão de alguns casais. Não permito mais reprodução aleatória, mas prefiro escolher aquela música, sabe? Aquela que tocou na hora errada que era certa e que agora me atormenta toda hora. Ufa, período grande, perdi até o fôlego. 

Tenho reclamado de coragem, mas me vejo como a mesma covarde de sempre. Tenho reparado nas pessoas com mais doçura, mas ainda julgando-as por uma espécie de moral que não consigo superar e que me faz a mais chata das criaturas do planeta. Tenho fixado gostos, objetivos e a cada dia busco explorá-los. 

Tenho dormido menos, o que me faz mais alheia e sonolenta durante o dia, me fazendo perder as melhores partes. Tenho esperado atitudes, acreditado em suposições e ando embarcando em devaneios. Tenho? Estranho, às vezes me vejo aleatória em meio a multidão. 

Tenho? Será? Acho que meu tesouro é efêmero, mas não menos importante, saca? Tenho sorrisos, elogios, carinhos (até quando não quero). Tenho impressão de que os outros me sistematizem bem melhor que eu mesma. Tenho (...) em abundância dúvidas. E ainda pego as alheias para mim. 

Acabei de chegar de uma viagem de ônibus, discuti o futuro, relacionamento, fiz uma fofoquinha e reclamei da fome (tudo isso e ainda um mundo paralelo). Tenho pensado muito no meu paralelo, em como seria, em como lidar. Sabe, têm coisas que se tornam escapismo, o problema (ou não) é quando a gente quer fugir toda hora, sem poder, sem ter, sem saber. E o tenho do começo? Desceu antes da minha parada.

Trilha sonora: "Tendo a lua" - Paralamas do Sucesso

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Me passa a barba

Me passa a barba
Hoje eu quero aspereza
Superfícies lisas 
Me causam fadiga

Me passa a barba
Hoje eu quero brincar
Sempre o brinquedo é legal
Quando eu não posso ter

Me passa a barba
Sou mulher
Amo teu amontoado de pelos
Não aceito um homem que não queira tê-los

Me passa a barba
Feliz o que tem o poder do arrepio
Barba sempre assanha
Belo veneno antimonotonia

Pensando em barba
Penso em amor
Amor sacana
Sem pudor

Guri, não faz a barba
Deixa a proeza no teu rosto brotar
Olha, eu faço poesia
Se jurar não cortar

Proíbo lâminas
Saiam pra lá
Cresçam as barbas
Eu quero amar

Trilha sonora - "O meu amor" - Chico Buarque

sábado, 3 de novembro de 2012

O tempo e eu

Sentindo falta de um dos deuses mais lindos (...) Tempo, por que se foi?  Entre uma rotina maçante e cronometrada cheguei ao ápice da falta de criatividade: não conseguia ao menos pensar na vida quando em uma viagem de busão perdia 2 horas do meu deus mais lindo. Mas aí, eu paro no contraponto. Não ter tempo é mais uma artimanha do ser humano conformado, temos que colocar a culpa em alguém e o tempo parece mudo, então fica mais fácil ainda livrar-nos do direito de resposta. Como diz a canção: tempo, tempo, tempo, tempo, vou te fazer um pedido (...) 

Aí eu pergunto, qual? Somos tão bobões que pediríamos mais tempo. Pra quê? Pra desperdiçar com brigas bestas, pra falar mal sem poder fazer melhor, pra fechar os olhos diante de um dia lindo e produtivo, mas preferir apegar-se em reclamar da fila que demorou 30 minutos? De fato, pecamos na vontade. Na vontade de querer mais, sem perceber que o que é nosso está ao nosso lado. Esse discurso apreciativo parece tão utópico e bobo, mas é aquela história da vovó, lembra? Busque o lado bom das coisas.

Me afogo na rotina, traço prioridades e acabo deixando de lado aquilo que mais me dá prazer. Escrever uns versos, escutar Cazuza, escutar as histórias de vovó. Vejo o quanto minhas prioridades estão erradas ou no mínimo não me fazem tão feliz. Nessa falta de tempo, a gente acaba deixando: família, amigos, amores, gozos verdadeiros, acabamos por perder os sabores. Insossos, estamos à levar a vida, apegados a convenções, medos bestas e falta de sorrisos. O mal foi começar a fazer planos, idealizar demais, formamos tanta perfeição no mundo das ideias, que ao olhar ao redor parece que nada está suficientemente a nossa altura e nisso posso até concordar.

Nada está a nossa altura, estamos tão baixos que nem ao menos vemos um ao outro. Pequenos, mas exalando falsas grandezas para alimentar o tal ego. Pequenos, afogando-se no tempo que não dá pra controlar. Quando tão cheios de nós batemos no peito pra dizer: "Estou sem tempo", é a doce ilusão de que por um momento somos a rédea e não o cavalo de nossas vidas. Quanto ao deus mais lindo, sinto sua falta. E hoje vejo que só o tenho para as coisas mais chatas. Façamos um acordo para nunca mais quebrar, que nunca me falte tempo pra pensar antes de dormir. Fazer isso é quase um acordo de sanidade e conduta, lembrar do que eu fiz, retirar o errado, me deitar em culpas, mas ser envolvido por sonhos que darão forças para que a ampulheta se vire novamente.

Trilha sonora: "Bandeira - Zeca Baleiro".

domingo, 30 de setembro de 2012

Quero ser âncora

Tão entediante quanto um quadrado, às vezes a rotina sufoca. A gente reclama, mas no fundo acha legal essa história de dia cronometrado e cheio de tarefa, é bom o gostinho de dizer: nossa, como estou cansado! Queremos ser ocupados, nem que seja com alguma futilidade. Até se cansar de não fazer nada se tornou um cansaço produtivo. Olhando pro mar vejo que ele tem tudo a ver com isso, pelo menos em partes.

Previsível que só ele, enche e vaza todo dia, tudo bem que a hora muda, mas é só uma questão de tempo. Aí vem a parte mais humana do mar (...) traiçoeiro, sabe fingir calmaria e surpreender com maresia forte. Encantador, te leva pro fundo em dois tempos e você vai, crente que está metido ali só até a cintura. Hmmm, o mar tem cada vez mais a ver com tudo isso (...) Muitos apreciadores, quantas fotos e momentos felizes, mas ainda misterioso. Pra onde vai toda essa água quando a maré baixar? Fazendo parceria com o sol ele é quase imbatível, às 18 horas então, ele se acha. 

Aí vem o homem, todo metido: quero navegar por essas águas. Sou tão imenso quanto ele, não aceito não fazer parte da paisagem. De barquinho em barquinho, agora temos navios. Com diversas finalidades, mas ainda cultuando a ideia original de domar esse mar. Flutua, flutua, mas uma hora quer porto seguro. Assim é o humano, que cansa de rotinas, ainda que precise delas. Querendo novidades, vai à museus, traça novas rotas, descobre o Brasil.

Navios cheios de pluralidade, uma engenhoca bonita, desafiadora. Ainda que com medo, desafia o mar. Lança uma âncora, finca raízes, por um tempo isso agora é minha casa. De muitas coisas que queria ser, âncora é uma delas. Ainda que vague por muitos portos, sempre finca em algum lugar. Ainda que prenda, um dia liberta.

Queria ser âncora, saber que pedras são passageiras e que a imensidão é eterna. Queria ser âncora e ter a tristeza de descer para a prisão, mas a certeza de que na subida haverá nova aventura, uma nova viagem, um novo porto. Afinal, ser âncora é aceitar prender-se, mas nunca no mesmo lugar. 

Trilha sonora: "Maresia (se eu fosse um marinheiro)" - Adriana Calcanhotto

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Eu não queria

Olhe ao redor, converse e veja como todo mundo quer alguma coisa. Um carro, beleza, notas, tudo se torna uma busca implacável para conseguir algo. Pare, pense, veja o contrário, o mundo também está cheio de "eu não queria". Eu não queria ter dito isso, eu não queria ter chorado, eu não queria ter "querido", são tantos "eu nãos" que fica até chato. 

Engraçada nossa tendência ao conflito, parece que tudo que possui vários lados nos excita, tá aí o porquê de um cubo mágico no entreter tanto. Se dois lados já bagunçam nossa cabeça, imagina seis. Pare, pense (repito isso porque são comandos difíceis para o ser humano), será que esse eu não queria é sincero? Agora parece cruel e errado, mas na hora foi o melhor a ser feito. 

Quantos sentimentos carregam um eu não queria? Frustrações, decepções, erros, bobagens, mas no fundo isso é bom. "Só me arrependo do que não fiz", acho essa frase tão bobinha e covarde, vai ver que você nunca jogou uma pedra na janela do vizinho e fica aí dando uma de inconsequente. 

Fico em dúvida do que é pior: uma vida cheia de eu não queria ou um Epitáfio do Titãs? Sei lá, pensando bem, pode ser a mesma coisa. "Eu não queria", a mais bela contradição do livre arbítrio. Tenho o direito de escolher, mas sempre faço o que me deixará um peso depois, talvez seja a necessidade de guardar uma marca, vai saber. Olha como as coisas são, o eu não queria já foi um eu quero. Desejos e humanos, uma combinação nem sempre saudável, às vezes até desastrosa. 

Eu não queria muitas coisas, situações e pessoas na minha vida, mas por enquanto prefiro querer. De vez em quando posso usar um eu não queria pra dizer: "eu não queria que fosse tão rápido". Sacolas cheias de culpas, desânimo e ódio, impedindo você de carregar sonhos, desejos e amor. Eu não queria que você deixasse de querer, afinal de que vive o homem? Desejos sacanas, quereres fantásticos, se quero, existo. Por isso quero, quero e quero, não necessariamente isso ou você.

Trilha Sonora: "Preciso Me Encontrar" - Cartola

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Meu eu morango

Alguns dias de ócio, mente vazia (em tese). Engraçado que a mente nunca vaga sem direção, sempre tem um ponto de fuga, um cais, um lugar onde ancorar. O ser humano nega, mas é tão influenciável. Uma música, uma foto, um cheiro (...) Tudo isso faz desnortear, perder o foco, mudar de humor. Somos tão sensíveis, feito morangos no nordeste. 

Esses mesmos morangos, petulantes na grandeza do vermelho, no tamanho, no sabor, mas que escondem a fragilidade de tanto cuidado para chegarem pelo menos a durar. Tanto cuidado pra tão cruel destino: serem comidos. Mas feliz é o morango, ainda que no triste fim é capaz de proporcionar prazer ao devorador. Com chocolates então, hmmmm, é uma delícia. Não ia falar de morangos, vejo agora que sou humana, perco o foco e sou influenciada, mas é por uma boa causa.

Paro em uma reflexão: quanto mais ansiosos somos por uma vida elétrica, alucinante e sem lei, mais nos escondemos do que existe lá no fundo e nos pede pra parar. Quanto mais ansiamos por multidões, lá dentro existe um desejo de singularidade ou quiçá uma solidão de dois. Onde há julgamentos, por vezes excessivos, de que o mundo está errado, muitas vezes é só o desejo de que tudo fosse como a gente quer.

Desejos, desejos, desejos, nada mais humano. Tão humano quanto sucumbi-los. Ainda há um segredo nessa máquina que nem mesmo sei o fio da meada. Uma espécie de "start" que aciona tudo aquilo que me faz viva, ansiosa e pulsante. Acho isso muito bom, talvez seja tão bom que nem mesmo o desejo saciado possa superar.

Agora lembrei-me dos morangos...e que humanos morangos. Existe algo mais humano que morangos? Não estão disponíveis todo tempo, são frágeis, mas com uma camada de agrotóxico se tornam terríveis. Essa mesma ainda abriga o que temos de melhor, mas para deliciar-se é preciso morrer um pouco.

Nossa, realmente somos morangos. Um dia tão caros e no outro não passamos de uma promoção (...)

Trilha sonora: "Porta-retrato" - Roberta Campos

domingo, 19 de agosto de 2012

Ainda isso

Por que falar de amor guria?
- Ainda que eu negue, posso lhe ver. Em um dia mal-humorado ainda escuto um bom dia caloroso. Em meio a uma discussão ainda existe um "eu concordo" só pra não magoar. Em uma briga de mãe e filho alguém ainda tem coragem de dizer: "digo isso pro teu bem". São por essas e outras que escolhi falar de amor.
É guria, mas isso não me convenceu.
- É menino, somos desatentos, mas serei mais clara. Enquanto fechar os olhos com uma música, enquanto uma viagem solitária em um busão me faça rever a vida, enquanto espere pelo sono com vontade de sonhar, enquanto olhe a lua e possa suspirar, falarei de amor. Se uma comédia romântica boba ainda trouxer ciscos aos meus olhos, ainda há esperança. Se por segundo eu faço planos pra nós, ainda há esperanças. Se o brilho nos olhos ainda existir com um telefonema, uma sms ou um e-mail, falarei de amor.
Pensando bem guria, somos feitos de amor.
- É menino, ainda que enferrujado, o amor move o mundo.


Trilha sonora: "Sonho Bom" - Gram

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Olha guria

Olha menina,
que foge de si
Nem um pouco mística
Mas dispensa coincidências

Olha guria,
que brinca de ser
Criança, mulher, velhinha
Essência uma só

Olha mulher,
não te enrola em tua teia
Caindo em própria armadilha
Não vai te perder, viu guria!

Petulante menina,
nem liga pra nada
Bolando seus planos
Nem aí pra você

Desencaixada do mundo
Parece voar
Não se incomoda, menina
Daqui não ser teu lugar

Trilha sonora: "A menina dança" - Novos Baianos

domingo, 27 de maio de 2012

Os Fortes

Fortes, bloqueados
Pedra, coração
Palavras guardadas
Uma canção


Sente, suporta
Fortes sofrem
A noite leva o pensamento
Machuca
Mas ainda suporto


Frágil, maleável
Será mais fácil?
Fortes, dúvidas
Não sabem o que querem


Na verdade sabem
Fortes, decididos
Rendidos? Não!
Carta na mão

Enquanto houver lápis, canção
Fortes, sobrevivência
Difícil render-se
Quando ainda me basto

Trilha sonora: "Eu Não Sei Dizer Te Amo" - Frejat

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Homem vs Poeta

Tudo é caos
Humanos, estado, carnaval
No fim tudo é humano
Organizados feito vendaval

Poesia sem vez nessa bagunça
Falar de amor não é engajado
Poeta rendido
Homem enganado

Poder de escolha desperdiçado
Em um "confirmar"
Agora homem, aceita, sem reclamar
E anda por aí à deus dará

Homem e poeta se igualam
Se é que um dia foram diferentes
Homem passivo, covarde e submisso
Assim como o poeta complacente

O que difere o poeta?
Um momento de liberdade, um sopro de ar
Em algum momento a covardia se abate
E nessa hora, a palavra se faz ecoar

Poder de combate, ainda esquecido
Ou talvez em mau uso
Esquece tua bolha, poeta
E parte rumo ao mundo

domingo, 13 de maio de 2012

Sonhadores

Sonhadores. Talvez sejam o que mais sofrem, na angústia de querer o que até agora é utopia. Sonhadores acomodados, o mundo sofre desse mal. Dentro dessas cabeças visionárias, talvez exista um futuro melhor. Sonhar não é fácil, o pensamento é livre, mas aprisiona. Que paradoxo, mas é real. Tudo perfeito em teus pensamentos que te impede de viver a realidade. Ah, sonhadores! Sempre petulantes, desafiando o mundo com suas palavras audaciosas e seu futuro marcado pela alegria constante. É sonhadores, rasteira do mundo que não te quer pra sonhar. Esse mundo pode até querer-te se teu pensamento tornar-se sistêmico refém de algo que possa trazer lucros ou outra coisa efêmera por aí. Que lindo são aqueles que se colocam na contramão do mundo, desafiando limites e não dançam conforme a música, mas colocam sua música pra tocar. Ah, sonhadores a cama é perto do chão, queda fraca, mas pedagógica, aprende que viver não é sonhar. Eu que não tenho nada a ver com educação digo aos sonhadores que continuem, o contra é apaixonante e exercita a retórica. Longe de mim aguçar os rebeldes sem causa, mas se fórmulas e padrões fossem interessantes todo mundo ia amar matemática. Sonhadores sempre possuem uma leve crise de identidade, nunca se enxergam como tal. Talvez nem seja isso, mas é que para eles esse mundo realmente existe. Aí você lê e se pergunta: hmm, vai dizer que tu és sonhadora? Talvez me encaixe na categoria dos acomodados não com orgulho, mas por cansaço. Mas, nada é mais humano que sonhadores, sempre querendo aquilo que não tem.

Trilha Sonora: "Bandolins" - Oswaldo Montenegro
"Ela teimou e enfrentou o mundo" (...)

domingo, 6 de maio de 2012

Afaga

Afaga mulher
Aquilo que te faz feliz
Afaga tua cabeça
Tua diretriz

Afaga teu pensamento
Que nunca te deixa só
Afaga o que não te ilude
O que não se torna pó

Afaga mulher tua solidão
Que não é dependência
Afaga mulher tua liberdade
Que te dá cadência

Afaga mulher tua vida
Que não é de outrem
Afaga mulher teu coração
Que é teu e de mais ninguém

Agora espera mulher
Um dia mudarás de ideia
E o sujeito da ação
É o que vais afagar

domingo, 29 de abril de 2012

Prefiro aliens

Humanos, se fosse defini-los arriscaria julgar. Julgar antes de conhecer. No meio do marasmo que acalenta tantas vidas que teimam em se achar movimentadas e divertidas, existe sempre algo marcante que pode nos dividir em antes e depois. Nunca pensei que conhecer pessoas fosse divertido, mas digo conhecer e não só deixá-las passar como um folheto desinteressante na rua. De repente um mundo não tão mágico foi invadido, gente nova, desafio, fiquei nervosa, nada foi fácil. Mania chata a de se achar suficiente. Dividir, ajudar, confronto de opiniões, o último o pior. Depois, confiança, empatia, afago, mão amiga, tudo isso é assustador. Gente estranha em um mundo normal, coisa esquisita, patinho feio tentando se encaixar. Tentando escrever de novo, nada fácil, parei de escrever justamente por causa das pessoas. E o julgar do começo? Tapa na cara da humana que um dia teve sua bolha invadida por "aliens" que não só invadiram mas hospedaram-se. O primeiro post vai para os aliens e eles sabem bem quem são. Quanto aos humanos, continuarão julgando, eu como representante da espécie o farei também. Até que aliens apareçam novamente.