quarta-feira, 21 de junho de 2017

Te amo algumas vezes


Os tempos são de listas, tabelas e esquemas. Aos poucos vamos trazendo tais recursos "linguísticos" também para o nosso sentimental e fica no ar se isso é bom ou ruim. Já disse alguém ao longo das histórias de amor e desilusão, que todo sentimento deve ser colocado na balança. B-A-L-A-N-Ç-A... seriam aquelas de feira, farmácia ou cozinha? Seriam balanças confiáveis ou aquelas que exageram no contrapeso? Hoje eu quero colocar na balança umas coisas...inclusive isso que eu sinto por você. 

Primeiro peso as lembranças. Nossa, elas são pesadas! Incrível como me apego ao que mais me traz dificuldade para carregar. Tem gente que a gente quer esquecer, mas de certa forma a pessoa está emoldurada no melhor que vivemos da vida. Às vezes te amo, mas bate a dúvida se o amor é teu ou dos nossos momentos. 

Depois coloco na balança as projeções. Acho que quase toda paixão é uma mistura do que vamos fazer agora e do que maravilhoso podemos viver depois. Sei que o "agora" é pós-moderno, é moda. Mas todo mundo imagina com quem vai fazer rodinha na esquina para contar histórias de quando éramos "tão joooovens". Às vezes te amo, mas não sei se o amor é mais segurança do que vontade de arriscar. 

Por fim, coloco os sinais na balança. "Tu vens, tu vens"... não sei se escuto ou ignoro. Não cobro muitos sinais de alheios, pois tenho uma comunicação afetada negativamente. Essa moda de não querer querendo, ou o contrário, é demais e cansativa pra mim. Sinais são armadilhas para distraídos e sonhadores. Às vezes te amo pensando que tudo isso é pra mim, mas recuo. Não há peso certo na minha balança! Na contramão das listas e das tabelas, vou tecendo textos corridos e amores simples. Não sei se esse é o teu esquema.

Trilha sonora: "Solidão, foge que eu te encontro"
Doce Solidão - Marcelo Camelo