sexta-feira, 25 de julho de 2014

Dança de uma (quase) paixão



Tentava

Como tentava 
Tão cortês quanto no século 19 
Minha dança te chamava 

Nunca acertávamos nossos passos 
Dois pra lá 
Três pra cá 
Não dava pra dançar agarradinho 

Clientes de vários bailes 
Eu com minha turma 
Tu com todos do baile 
Dançávamos. Um em cada ponta do salão 

Quanto aos meus passos 
Muitas críticas 
Pra ti, eu dançava em falso 
Sempre me acusa de pisões no teu pé 

Me espanta a tua audácia 
De reclamar da minha valsa 
Como se comigo formasse um par
Blá, blá, blá 

Dos bailes dei um tempo
Principalmente quando és convidado 
Ninguém pode me obrigar 
Não sou muito fã de espetáculos 

A gente dança funk 
Bolero apaixonado 
Reggae de velhinho - "Beija - me muito" 
My Love, eterno amor 

Nossa valsa não faz parte de companhias 
Também não parece dança contemporânea 
É um clássico moderno 
Do bailar entrelaçado, sem rostos colados 

E por fim 
Nunca somos nosso par. 

Trilha sonora: "É a dança da nossa paixão"
Bambayuque- Zeca Baleiro

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Pequeno conto de Joana

Joana andava em vão pelo globo. Muitas pessoas, sensações e estados de espíritos. Ela não precisava de limites, tão pouco se interessava por matemática. Suas somas sempre andavam dando errado. Parcela, parcela, soma sem total. Joana era zorra. Pouco se importava com água mineral. A guria que sonha ser mulher recuou. Beira de abismo. Um passo e poderia ser fatal. Joana acreditou em seres estranhos. Muitos “alt+3”, “menor que+3”, “s2”, “sz” e poucos corações. Joana pegou a sua mochila e foi. Usando menos gráficos e mais atitudes.