domingo, 19 de outubro de 2014

Com que roupa eu vou, pro samba que você me convidou?

Passei muito tempo pensando em quais seriam as legendas das nossas fotos. Se usaríamos nossas músicas favoritas ou citaríamos os filmes que amamos assistir. Cronometrei o tempo do abraço, separei a roupa para debutar e fiquei na dúvida se estaria de óculos ou não. Muito chato andar nessa cidade marcada com outdoors que escancaram nossa campanha bem sucedida de companheirismo. Mas tudo isso de certa forma já passou.

O que nos alimenta deve ser uma dessas barras de cereal diet, que não enchem a barriga de ninguém. E olha que um dia pensamos em viver de amor. De certa forma, não estamos preparados, nossos sonhos estão bem mais fortes e próximos separados. Vemos o nosso encontro com um encaixe, em uma rotina onde sobra pouco tempo. Em um check-in distante, numa moldura 3x4, congelamos nosso melhor momento. Como essas bandas que terminam no auge pra deixar mais saudade nos fãs. Que bestas nós somos! Não aguentaríamos o peso de uma turnê.

Guardei o pôster, o single na fita, o autógrafo em forma de beijo. Esse amor só precisa de uma boa gravadora que banque essa loucura. Produzido pelo destino, com clipe em câmera na mão e com "refrão pra levantar o bloco", esse amor ainda vai dar samba! Com banda indie e pedra de reponsa porque amar exige um certo desalinho. 

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Desconfie da Calmaria

Nunca me encantei pelo certo, só quando me parecia errado. Visivelmente tenho feito escolhas certas na vida. Nada fora do normal, nem um processo a ser respondido. Tirando a minha multa na biblioteca, é claro. Tenho estado normal, em uma sanidade que me leva à loucura. "Estranha Loucura"  - na voz marcante, grave e imponente cantada pela Marrom. Meus ciclos abrem e fecham sem nenhuma surpresa. Conheço cada figurinha do meu horário no ônibus e me emputeço com um alheio que perde o horário do seu e ocupa minha cadeira. Tenho preenchido relatórios, respondido e-mails e uso o wi-fi sempre que impossível. Nossa, que vida de montanha russa. Mas ela anda quebrada faz tempo. "Tolice é viver..." Qual é a música, Pablo? A música é lenta. A melodia incomoda quem nunca gostou muito de rio. Sintomas de Moska, de móbile (...) Qualquer calmaria me dá solidão!