domingo, 4 de dezembro de 2016

Há dias



Parece que é isso mesmo. É assim que eu gosto das coisas. Ou é assim que elas me levam à gostar. Nunca sei direito o que me desperta, ainda não sei de onde vem a faísca da paixão. Eu suspeito. Suspeito que seja um riso travado que me desperte, a mania de não concluir frases, a repetição do mesmo vocativo, a maneira engraçada de negar mais um copo ou jeito de errar as piadas.



Sou excesso. De vontade, voz alta e fome. Não sei gostar só um pouquinho, pela metade ou com muitas cláusulas de contrato. Há dias que eu apenas desperto. Com um nome que transborda o travesseiro, pega um pedaço na cama e toma as vezes do despertador. Há dias que eu acordo gostando. Gostando e não é pouco.

Há dias que eu saboto. Coloco barreiras, roteirizo histórias que não vão acontecer. Eu misturo ofício, paixão e tédio. Não há um lugar em que eu não seja os três. Repito o excesso (de pensamentos). Há quem exalte o pensar. Eu pondero. O pensar age pouco, mas sabota como ninguém. Há quem balance coração e razão, me falta a balança e a vontade.

Parece que é isso mesmo. Eu, meus excessos, roteiros e faíscas. Vou sempre no difícil para que a conquista ou a decepção tenham um toque épico. Há histórias. Ah, histórias...Os que se apaixonam por elas, nunca se contentam com tão pouco. Sigo os dias apoiando-me no que me desperta, no que me sacode alma e coração. Há dias em que fixo os pensamentos, em um olhar que me traz força motriz. Há dias que penso e esses são longos.


Trilha sonora: "As paixões, meu amor, são tontas, são tantas" (...)
A Banda Mais Bonita da Cidade


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