segunda-feira, 1 de junho de 2015

É hora de perder o voo


Até agora não sei o que falar desse filme. Não sabia se escolhia prosa ou poesia para explicar uma madrugada de domingo bem aproveitada. Começou o filme, atraso no voo. Eu realmente tive que respirar fundo para acompanhar o "timing" desse casal. É sempre bom assistir gente que vai direto ao ponto. Diálogo cansa de vez em quando. Não se assuste com a pegada "cala boca e me beija". 

Lembrei das aulas de Maria do Carmo. Bauman passeando...Somos produtos do espaço. É incrível perceber como a cidade reflete quem somos. Ou vice-versa. A gente projeta a cidade a cada passo, a cada esquina e a cada happy hour que acaba colocando política na mesa. 

Sonhos contaminam. Para o bem e para o mal. É necessário aceitar que existem pessoas que não pensam no amanhã. Tem gente que vive o hoje e é muito feliz. Acredite! O que significa ser promovido? Ganhar uns dinheiros e perder mais vida? Não sei. E um diretor de criação? Existe mesmo? Imagino a criatividade seguindo fórmulas matemáticas e só visualizo um acidente lá na frente. 

A cidade não para. É um fluxo preso. Estamos sempre diante de uma sobrevida. "Ponte Aérea" é uma crônica sobre o amor, o tempo e o não-dito. Há um oxigênio preso. O "eu te amo" está na garganta. A cada declaração de amor alguém perde o voo e se salva para sempre de um terrível acidente. 

Assistam essa porra! 

Trilha sonora (presente no filme): "Você e a Brisa" - Dimitri BR e Cristina Flores
"A brisa faz carinho"

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