domingo, 2 de novembro de 2014

Sobre sair de casa sem esperar



A poesia está escassa
Muita rotina
Pobre menina
Era isso que sonhavas 

Um despertador
Uma bolsa pesada
Muitas faturas
Que te fraturam

Era isso que queria
Um cronômetro zerado
Ligado ao primeiro suspiro matinal
Um cronômetro que luta contra si

Esperou muita coisa
Cronometrava a cada passo
Quanto tempo dura essa amizade?
Por quanto tempo faremos juras de amor?

Esperou pelo dia do "sim"
Espantou-se no dia do "não"
Já cronometrava o fim
Isso não foi uma surpresa
(consolava-se)

Libertou-se do cronômetro
Só não queria que o tempo se fosse
Olhou pro lado, sem ressalvas
Tirou o véu e viu um sorriso

Você sempre esteve aqui
Mas o relógio tornava seu pulso inebriante
Queria ser o teu relógio
Contar teu tempo e fazê-lo meu. 

"O acaso é amigo do meu coração" - "Velho e o Moço" - Los Hermanos

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