domingo, 22 de setembro de 2013

Embebida em comédias nada românticas

Definitivamente os finais de semana não foram feitos para você ficar em casa. Basta olhar essa programação "mela cueca" que você é obrigado a assistir pela simples punição de não ter o que fazer fora de casa. Falei para um amigo que ia curtir esse limo com qualidade, e depois de algumas comédias sem sal (ou românticas) me afundei em algumas maravilhas de Woody. Afinal, ninguém é obrigado a se torturar por dois dias só com comédias românticas (ou sem sal). 

Primeiro me deparei com Vicky, cheia de planos e querendo sempre aquilo que não tem. Em um jogo de amor e liberdade, essas variáveis parecem não dar certo juntas. Entre amar o oposto e o espelho, escolhemos o oposto pela excitação de algo novo a cada dia, mas o espelho fica a nos perseguir, afinal é quase impossível abandonar o reflexo. Sempre esse desejo de ser professor, esse fetiche de achar uma aluna apaixonada e capacha. Bela forma de educar. Nessa hierarquia da conquista, ninguém quer ficar por baixo. Basta ver como nosso fundo arcaico se agita para engabelar alguém, no clichê do Fábio Jr - caça e caçador (somos patéticos). 

Depois me deparei com Amanda, uma dessas garotas problemáticas que pode ser você. Aí tem o Falk também, um desses garotos certinhos e comprometidos com o futuro que também, pasme, pode ser você! Imagina que merda não seria esses dois juntos? Foi eterno! Um eterno de alguns meses, mas quem se importa? Eles ao menos foram "um" por alguns dias. O certo é que a cada dia tentamos sucumbir nossa própria natureza, inventando necessidades e fingindo fraquezas. "Daqui pra frente, tudo vai ser diferente", viva o rei!  A gente vive dizendo isso a cada novo ciclo.

Amanda e Falk mexem com nosso psicológico, que já não é lá essas coisas. E até agora estou pensando com quem eu me pareço mais. Serei eu uma escrota em pele de cordeiro? Ou um pseudo moralista que se acha melhor que o mundo por conseguir controlar suas vontades escrotas? Não respondam! Eu não quero saber. O que eu mais odeio nessas comédias sem sal é essa aura "pode ser você". Como eles fazem isso bem. Ou será que nós estamos tão vulneráveis assim?

Como um autêntico representante da espécie humana não desejo que esses filmes parem de ser produzidos ou que sejam extintos da Terra. São as terapias mais baratas que eu conheço e estão à um "click" de distância. Pra ser sincero, eu não quero mais passar os finais de semana em casa, pelo menos não na condição onde essas pérolas da sétima arte fazem sentido. Sim, meu fds foi patético, mas necessário.  

Trilha Sonora: 

Diana Krall - It coul happen to you (Não conte estrelas, ou você pode tropeçar)

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