quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O nunca e um monte de coisas



Nunca saberemos o que é pelo simples fato de nem ser.

Nunca poderemos julgar, pelo simples fato de não ter vivido.

Nunca poderemos prevê, pelo simples fato do impossível.

Nunca será todo, por se tratar de metades.

Nunca dirá toda a verdade, pelo mal me disse de toda a língua.

Nunca “eu”, pela existência de tantas.

Nunca inocente, pelos anos e ternura que se passaram.

Nunca, nunca, nunca (...) Terra habitada por ela e por outros.

Terra pouco fértil, apesar do nome.

Pouco arborizada, por falta de tempo.

Mais capim e menos frutos.

A grama é marcada, onde faz travesseiro.

Garrafas jogadas e copos sujos.

Terra do nunca. Nunca adentre.

Aqui é sufocante, mal me cabe.

Cuidado com a cabeça, esse é o esconderijo.

Perturbador, apertado e meu.

Nunca mostrei pra ninguém. Até descobri que ninguém também tem nome.

Nunca imaginei. Não deveria.


O ditado nunca erra. “Nunca diga nunca”.

Trilha sonora: "Que não deveria se chamar amor" - Moska
"Poderia se chamar labirinto, pois sinto que não conseguirei escapar"

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