segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Um copo de desejo, por favor.

E observando as coisas, ela vê o mundo como um copo. 
Hoje cheio, outrora vazio. Matando a sua sede ou deixando a marca de batom. De todas as coisas do mundo, sede é o que ela mais tem. Sede do que não é seu (ainda), sede do que não viu. Escutando bossa nova, letra de Jobim e voz da "Da Mata", estes versos soaram como luvas: "aquela velha história de um desejo". Desejo de pele, de alma, de corpos pulsantes. Desejo pra ela é tão importante, que não aceita os que acabam sucumbindo-os. 

Chegando essa época do ano, tão cheia de apelos e modismos, os desejos afloram. Tudo em dobro. Salário, contas, compras pra fazer. Queria muitos dezembros no decorrer do ano. Pessoas fazendo pedidos, ajudando pessoas, organizando confraternizações. Abraços mais apertados, reconciliações (...) Meus desejos só aumentam, posso dividi-los em vários copos. Qual a medida do sonho que te embriaga? Uma dose, uma garrafa, um gole? Isso é por sua conta.

Não impeça quem se entrega de entregar-se. Não proíba copos virados. O fluido tem valor sentimental. A cada desejo uma delícia, um frio na barriga, uma noite às claras. Que o desejo encontre um copo, um vira-vira, VIROU!

Trilha sonora: "Aquela velha história de um desejo
que todas canções têm pra contar
e veio aquele beijo". (Fotografia - Tom Jobim)


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