sexta-feira, 29 de março de 2013

Cazuza, me dê motivos

Um dia você para e pensa o porquê de ser fã de alguém. Alguém que não conheceu e que nem tão pouco estava viva quando sua obra estava a todo vapor. Hoje existe uma crise de ídolos, pessoas que você admira ou como queiram classificar. Existe uma legião chata que inventa histórias, põe defeitos e quer de toda forma dizer que é errado ser fã. Sou fã de Cazuza, porque apesar de tudo, ele me deu motivos (...) 

Contar casos e besteiras sempre foi o meu forte, acho um porri os fãs de conversa engajada toda hora. Parece que todo dia querem escrever um artigo para publicar. Com certeza você já inventou um codinome para falar de alguém, um nomezinho fofo, um enigma para não declarar sua paixão pra todo mundo. Quem nunca fez um show na pia do banheiro, com promessas malucas depois de uma bebedeira? Declarou guerra aos sacanas e prometeu nunca mais sofrer por eles? Quem nunca culpou a burguesia pela falta de poesia nessa vida louca?

Um dia a ficha caiu e vi que o trem pras estrelas só vai partir se for a dois. É difícil entender que a boa vida não é a boemia que você imaginava. Andar por aí fazendo check-out e já pensando nos próximos hotéis, em qual dia terei a mesma liberdade sem ninguém em casa me esperando. E o mais incrível é que diante de tudo isso: solidão, que nada. Eu desisti de procurar coisas e cores pra te prender, hoje prefiro o sonho bom. Depois daquele poema, amor da minha vida, vi que tudo é questão de obedecer. E agora? Eu não sou obediente!

Não desejo mal nenhum à você e aos brotinhos que fazem você andar por aí muito bem acompanhado. E sabe, aquela versão de as rosas não falam um dia vai falar por mim. Me leve, na sua orelha fria perturbando teus pensamentos com segredos só nossos. Agora acabou, motivos temos de sobra. Silêncio no estúdio!

Trilha sonora: baixa a discografia completa!

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